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História: Distrito Morumbi

A fazenda Morumbi pertencia ao inglês John Rudge, que em 1825 se dedicava, com bom inglês, ao cultivo de chá preto. Uma lenda diz que em 1813 Rudge ganhou as terras do rei dom João VI. Ele era comerciante do Rio de Janeiro e frequentador da Corte. Casou-se com uma brasileira, filha do inglês Joseph Maxwell, que também era frequentador da Corte e com ela negociava, por isso acabou ficando rico.

Documentos comprovam que ele comprou a grande Fazenda do Morumbi (já conhecida por este nome), com mais de 700 alqueires, de dona Benedita de Jesus e suas filhas – freiras do Convento de Santa Clara, na cidade de Sorocaba. A escritura foi assinada em 26 de junho de 1825. Depois de onze anos, em 1836, Rudge vendeu a área por mais de cem vezes o que havia pago. Anos mais tarde, inexplicavelmente, comprou-a de volta, deixando-a como herança para sua filha Maria Amália Ramos. Em seguida o dono da Cocheira Califórnia comprou a Fazenda Morumbi, e pouco depois a hipotecou ao Banco de Credito Real.

A fazenda tinha capela e uma grande sede: a hoje famosa Casa da Fazenda do Morumbi, uma verdadeira relíquia do inicio do século XIX, construída pelo regente do Império, padre Antônio Feijó. Com tantos latifúndios paulistanos, a propriedade de Rudge passou por vários outros donos e foi retalhada. Mesmo assim a casa resistiu ao tempo e ganhou um restauro em 1999.

Tudo trabalho para que o bairro fosse um destaque na capital paulistana. Em 1954, ano do IV Centenário da cidade de São Paulo e da comemoração de cem anos do conde Franceso Matarazzo, assentou-se oficialmente a pedra fundamental da Universidade Conde Francisco Matarazzo. A instituição idealizou-se nos moldes da Università Commerciale Luigi Boccone, de Milão. Para abriga-la foi projetada uma suntuosa construção em grande área dos Matarazzo, no alto do Morumbi. Sua arquitetura, como não poderia deixar de ser, era italiana da década de 1940, e de uma suntuosidade um tanto fascista. EM 19 de marco de 1970, sob o governo Roberto de Abreu Sodré, o Palácio dos Bandeirantes tornou-se sede do governo paulista.

Quando as obras do Estádio de Futebol Cícero Pompeu de Toledo estavam no inicio, há quase cinquenta anos – 15 de agosto de 1952 – , o bairro era apenas um grande matagal com algumas ruas mas raras residências. Na época a região ainda estava sendo loteada e lentamente urbanizada por se bairro de pessoas com alto poder aquisitivo.

O Estádio do Morumbi, um dos maiores estádios particulares do mundo, demorou anos para ser entregue aos torcedores. Foi Inaugurado em 2 de outubro de 1960. Nesse meio tempo, o local foi crescendo e se tornando o mais elegante, caro e valorizado da capital. Mas mesmo um dos mais lindos e caros bairros paulistano, convive com favelas, muitas favelas e os problemas delas decorrentes.

Fonte: 450 Bairros São Paulo 450 Anos
Editora: Senac São Paulo
Autor: Levino Ponciano